Ser o país que mais pessoas executa anualmente, continuar a haver prisões políticas e ataques a advogados, o sistema judiciário não ser independente, haver trabalho forçado, não haver liberdade de expressão nem de religião, haver campos de concentração (os Laogai), haver minorias étnicas em regiões do tamanho de países, não haver liberdade de imprensa nem de acesso à internet, isso não comove. Mas dar porrada nos monges tibetanos, ai isso é que não.
Antes que entendam mal, nesta vocação para se comover com o que está na moda o que me irrita é a moda, não é a comoção.
Este fim de semana, talvez por inspiração da abertura da época da caça, experimentei uma combinação deliciosa. Quatro fatias de diferentes patés: uma de faisão , outra de javali, uma terceira de lebre e finalmente uma de veado (podem recorrer a qualquer outra combinação, desde que sejam verdadeiros patés), acompanhado com uma compota de cebola aromatizada de framboesa e regada a um belíssimo sauterne .
Delicioso e extremamente romântico!
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Há muitos anos que Campo-de-Ourique é uma espécie de grande armazém da comida. Ele é o Stop, o verde gaio, os passarinhos, o comilão...
Gosto de Alentejo e passo lá a vida. Não é qualquer miga ou carne no alguidar que me convence. Até já tinha jurado nunca mais comer grelos a norte do tejo. Tinha jurado e depois fui ao Magano. No ranking dos melhores alentejanos fora do Alentejo, entrou directamente para segundo lugar, logo a seguir ao inevitável António do Barrote.
O Magano fica ali na Rua Tomás da Anunciação em Lisboa e tem a vantagem de estar aberto às segundas.
Até pode haver outros com mais estrelas Michelin, com pratos mais vanguardistas e decoração mais deslumbrante. Mas nesta casa o melhor restaurante do mundo será sempre o 31 da Armada. Nem precisamos de justificar.
É ali na Praça da Armada, em Lisboa.